Alimentação Saudável e Industrializados

O que é alimentação saudável para o Desrotulando?

Acreditamos que uma alimentação saudável deve ser diversificada e variada, composta principalmente por alimentos in natura e minimamente processados, utilizando os ingredientes culinários, como sal, açúcar e gorduras, em pequenas quantidades e evitando os alimentos ultraprocessados, conforme orientações do Guia Alimentar para a População Brasileira (2014).

Além disso, deve ser adequada em relação à quantidade e à frequência de consumo dos alimentos, de forma individualizada, considerando particularidades como possíveis alergias e intolerâncias, por exemplo.

Neste contexto, o Desrotulando é um aliado para identificar os melhores industrializados, aqueles menos processados, mais clean label e nutricionalmente equilibrados dentro de uma categoria de produtos, proporcionando autonomia para as escolhas alimentares dos seus pacientes.

Você sabe a diferença entre alimentos industrializados e ultraprocessados?

Alimentos industrializados fazem parte da alimentação da maioria das pessoas. Você já deve ter observado isto ao aplicar ferramentas de análise do consumo alimentar, certo?

O importante é saber diferenciar quais destes alimentos podem fazer parte de uma alimentação saudável, aqueles que serão utilizados como aliados pelos seus pacientes, e quais devem ser evitados. E é justamente aí que entra a diferença dos termos “industrializados” e “ultraprocessados”.

Então, vamos lá!

Industrializados são todos aqueles alimentos que passaram por algum processo industrial. E isto não significa que seja, obrigatoriamente, um processo que altere negativamente a qualidade do alimento.

Alguns exemplos de processos são a pasteurização (utilizada para conservação dos leites), a moagem e secagem (processo para produção de farinhas ou a desidratação para conservação de frutas, por exemplo), a fermentação (utilizada para a produção de iogurtes) ou até mesmo a refrigeração e o congelamento dos alimentos.

Já o termo ultraprocessado se refere a alimentos que passaram por processos que incluem adição de ingredientes como aditivos alimentares (como aromatizantes, corantes e realçadores de sabor, por exemplo), substâncias de uso industrial (como as gorduras hidrogenadas e interesterificadas, o soro do leite e a maltodextrina) e ingredientes culinários como açúcar, sal e gorduras que geralmente estão em excesso causando um desequilíbrio nutricional.

Na nossa prática, com um banco de dados que conta com mais de 60 mil produtos industrializados, percebemos que essas características contribuem para uma formulação em que não conseguimos mais identificar a matriz do alimento, apenas partes dele. Veja este exemplo de lista de ingredientes de um produto:

Água, proteína de ervilha, óleo de coco, óleo de girassol, fibra de bambu, proteína de arroz, sal, cacau em pó, suco de beterraba em pó, chia desengordurada em pó, espinafre em pó, minerais, vitaminas, estabilizante metilcelulose e aromas naturais.

Na imagem acima ambos produtos são industrializados, mas ao analisar a composição identificamos que um deles é minimamente processado, pois contém apenas a polpa de tomate, enquanto o outro é um alimento ultraprocessado, pois apresenta ingredientes como amido modificado e edulcorante.

Mas, atenção, é comum vermos uma aversão a todo e qualquer nome esquisito na lista de ingredientes achando que pode ser prejudicial. Entretanto, nem todo nome esquisito é necessariamente ruim. No próximo artigo, vamos explicar melhor sobre os aditivos, suas diferenças e como avaliamos.

Você já explicou sobre o processamento dos alimentos para os seus pacientes?
Utilize o nosso material em suas consultas
!

Já sabe explicar a diferença de industrializados e ultraprocessados para os seus pacientes? Conta pra gente e deixe a sua opinião do conteúdo aqui embaixo 😊

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.

Monteiro CA, Cannon G, Levy RB, Moubarac J-C, Louzada MLC, Rauber F, et al. Ultra-processed foods: what they are and how to identify them. Public Health Nutrition. Cambridge University Press; 2019;22(5):936–41.

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